A apicultura em Alta Floresta vem ganhando destaque como uma das práticas mais sustentáveis e promissoras dentro da agricultura familiar na região amazônica de Mato Grosso. Com foco na valorização de pequenos produtores, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar (SEAF-MT), está investindo R$ 1,9 milhão na distribuição de equipamentos de proteção e caixas de abelhas, fortalecendo a cadeia produtiva do mel em todo o território mato-grossense.

Na última sexta-feira (03/10), o município sediou o Evento de Meliponicultura e Apicultura da Amazônia Mato-grossense, promovido paralelamente à tradicional Feira do Mel. A programação reuniu apicultores, pesquisadores e técnicos em um intercâmbio voltado à inovação, capacitação e valorização da produção regional.

A iniciativa contou com a organização da Prefeitura de Alta Floresta, por meio da Secretaria Municipal Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Secretaria de Agricultura e Pecuária, e parcerias institucionais com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Palestras, oficinas práticas, exposições e atividades de campo compuseram o evento, com foco especial no manejo responsável de colmeias, conservação de espécies nativas e melhoria das técnicas produtivas.

Para o prefeito Chico Gamba, o encontro representou uma oportunidade de aprendizado coletivo. “Trouxemos especialistas de diferentes regiões do Brasil para compartilhar experiências e fortalecer o conhecimento técnico. Esse intercâmbio é vital para a evolução sustentável da apicultura local”, declarou.

A Secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Gercilene Meira, ressaltou a relevância do evento “Este evento é de grande importância para nós da Secretaria de Meio Ambiente, pois une produção e conservação. A apicultura é uma atividade que mostra que é possível gerar renda e, ao mesmo tempo, cuidar da natureza, contribuindo para a polinização e a preservação da nossa biodiversidade.

A parceria entre o poder público, as instituições de ensino e os produtores fortalece um modelo de desenvolvimento sustentável que orgulha Alta Floresta e reafirma nosso compromisso com o uso responsável dos recursos naturais e com o futuro da Amazônia mato-grossense,” concluiu a Secretária.

O Secretário de Agricultura e Pecuária, Marcelo Souza, também destacou o impacto direto da ação no fortalecimento da atividade. “O evento deu visibilidade ao trabalho dos nossos produtores. Já entregamos 200 caixas de abelhas a mais de 30 apicultores, com o apoio da SEAF, e agora buscamos avançar com o Selo de Inspeção para Agroindústrias de Pequeno Porte (SIAPP), o que permitirá ampliar mercados e agregar valor ao mel produzido aqui”, explicou.

Entre os nomes que ajudaram a construir a história da apicultura em Alta Floresta está o produtor Edson Francisco Frasseto, com 45 anos de experiência. Ele mantém colmeias em áreas de preservação próximas às bacias dos rios Mariano I e II, e cultiva tanto a abelha Apis melífera (com ferrão) quanto espécies nativas sem ferrão, como tiúba, uruçu-cinzenta e boca-de-renda.

“A dedicação à apicultura é também um ato de cuidado com o meio ambiente. As abelhas são fundamentais para a vida e, aqui, contribuem diretamente com a polinização da floresta amazônica”, afirmou Frasseto, que produz mel totalmente orgânico.

O evento e a feira evidenciaram a força da apicultura como atividade que alia geração de renda, conservação ambiental e segurança alimentar, consolidando Alta Floresta como referência estadual na produção de mel de origem amazônica.